BOLSONARO FAZ PIADA DURANTE INTERROGATÓRIO E CONVIDA MORAES PARA SER SEU VICE EM 2026
Durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro surpreendeu ao convidar, em tom de brincadeira, o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice na eleição presidencial de 2026. Rindo, Moraes recusou o convite, também em clima descontraído.
Apesar do tom leve do momento, a ocasião era séria. Bolsonaro foi ouvido na condição de réu por suposta participação em uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022, que ele perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
BOLSONARO NEGA TENTATIVA DE GOLPE E CITA VÍDEOS CENSURADOS
Durante o depoimento, Bolsonaro negou envolvimento em qualquer tentativa de golpe. "Não procede a acusação", afirmou ao ser questionado diretamente por Moraes. O ministro relembrou que, em reunião de 5 de julho de 2022, o então presidente teria orientado seus ministros a reforçar um discurso de fraude nas eleições.
A defesa de Bolsonaro chegou a pedir a exibição de vídeos que, segundo ele, contextualizariam suas declarações. O pedido foi negado por Moraes, e o ex-presidente então descreveu o conteúdo das gravações, tentando justificar suas falas como "retórica" e "desabafo".
EX-PRESIDENTE REFORÇA TEORIAS SOBRE FRAUDE ELEITORAL
Bolsonaro voltou a mencionar casos e declarações anteriores que, segundo ele, sustentariam dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Citou, por exemplo, o então ministro Flávio Dino e o presidente do PDT, Carlos Lupi, como pessoas que também teriam questionado a ausência do voto impresso no passado.
“Fiquei feliz que teríamos voto impresso em 2018, mas foi vetado pela senhora Dilma Rousseff. Derrubamos o veto”, comentou. Ao final, o ex-presidente declarou: “Me desculpem, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”, referindo-se aos ministros presentes na reunião.
INELEGÍVEL, BOLSONARO NÃO PODE CONCORRER EM 2026
Apesar da brincadeira sobre as eleições de 2026, Jair Bolsonaro está atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A inelegibilidade foi determinada em razão de ataques infundados ao sistema eleitoral e de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.